Cantigas de roda e de ninar

 

...........Dentro do conjunto de conhecimentos, tradições, lendas, crenças e superstições de um povo, é importante destacar as cantigas de roda e de ninar. São verdadeiros repositórios de alegria e de sentimentos, fruto sempre da amizade. As cantigas de roda no alegre ambiente coletivo, as cantigas de ninar no sagrado convívio materno-infantil, sempre adoçadas pela maciez do berço, no conforto da rede ou no encantamento de um colo de mãe.
Wanderlino Arruda

Escravos de Jó

Os escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe,
Deixa o zabelê ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá.

 


Eu entrei na roda

Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na “rodadança”
Ai, eu não sei dançar

Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados só posso casar com um

Namorei um garotinho do colégio militar
O diabo do garoto, só queria me beijar

Todo mundo se admira da macaca fazer renda
Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda.


Fui ao Tororó

Fui no Tororó beber água não achei
Achei linda Morena
Que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada

Oh! Dona Maria,
Oh! Mariazinha, entra nesta roda
Ou ficarás sozinha!


Marcha soldado

Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel

O quartel pegou fogo
A polícia deu sinal
Acorda acorda acorda
A bandeira nacional .



Marinheiro só

Oi, marinheiro, marinheiro,
Marinheiro só
Quem te ensinou a navegar?
Marinheiro só
Foi o balanço do navio,
Marinheiro só
Foi o balanço do mar
Marinheiro só.


Meu limão, meu limoeiro

Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Uma vez, tindolelê,
Outra vez, tindolalá.


Peixe vivo

Como pode o peixe vivo
Viver fora d'água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora d'água fria?

Como poderei viver,
Como poderei viver,
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia?

Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Por me ver assim chorando
Sem a tua, sem a tua companhia.


Pai Francisco

(O Pai Francisco fica fora da
roda enquanto todos cantam:)

Pai Francisco entrou na roda
Tocando seu violão!
Da...ra...rão! Dão!
Vem de lá seu delegado
E Pai Francisco foi pra prisão.

(Pai Francisco se aproxima da
roda, requebrando, e escolhe
um companheiro para substituí-lo.)

Como ele vem
Todo requebrado
Parece um boneco
Desengonçado.

(A brincadeira recomeça.)



A barata diz que tem

A barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só

A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo!

A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim.


A canoa virou

A canoa virou
Por deixá-la virar,
Foi por causa da Maria
Que não soube remar

Siriri pra cá,
Siriri pra lá,
Maria é velha
E quer casar

Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava a Maria
Lá do fundo do mar.


Alecrim

Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Oi, meu amor,
Quem te disse assim,
Que a flor do campo
É o alecrim?

Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos

Alecrim do meu coração
Que nasceu no campo
Com esta canção.


Atirei o pau no gato

Atirei o pau no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau!!!!!!


A gatinha parda

A minha gatinha parda, que em Janeiro me fugiu
Onde está minha gatinha,
Você sabe, você sabe, você viu ?

Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau
Quem roubou sua gatinha
Foi a bruxa, foi a bruxa pica-pau.


A rosa amarela

Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa

Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá
Para me enxugar, ô Iá-iá
Esta despedida, ô Iá-iá
Já me fez chorar, ô Iá-iá...


Se esta rua fosse minha

Se esta rua,
Se esta rua fosse minha,
Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar,

Com pedrinhas,
Com pedrinhas de diamantes,
Só pra ver, só pra ver
Meu bem passar

Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
É porque, é porque te quero bem


Balaio

Eu queria se balaio, balaio eu queria ser
Pra ficar dependurado, na cintura de “ocê”

Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão

Eu mandei fazer balaio, pra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno, não quero balaio não

Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração.


Boi barroso

Eu mandei fazer um laço do couro do jacaré
Pra laçar o boi barroso, num cavalo pangaré

Meu Boi Barroso, meu Boi Pitanga
O teu lugar, ai, é lá na cana
Adeus menina, eu vou me embora
Não sou daqui,ai, sou lá de fora

Meu bonito Boi Barroso,que eu já dava por perdido
Deixando rastro na areia logo foi reconhecido.


Boi da cara preta

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta

Não , não , não
Não pega ele não
Ele é bonitinho, ele chora coitadinho.


Cachorrinho

Cachorrinho está latindo lá no fundo do quintal
Cala a boca, Cachorrinho, deixa o meu benzinho entrar

Ó Crioula lá! Ó Crioula lá, lá!
Ó Crioula lá! Não sou eu quem caio lá!

Atirei um cravo n’água de pesado foi ao fundo
Os peixinhos responderam, viva D Pedro Segundo.


Cai cai balão

Cai cai balão, cai cai balão
Na rua do sabão
Não Cai não, não cai não, não cai não
Cai aqui na minha mão!

Cai cai balão, cai cai balão
Aqui na minha mão
Não vou lá, não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar!


Capelinha de melão

Capelinha de Melão é de São João
É de Cravo é de Rosa é de Manjericão
São João está dormindo
Não acorda não!
Acordai, acordai, acordai, João!


Ciranda, cirandinha

Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou,
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.


A barraquinha

Vem, vem, vem sinhazinha
Vem, vem, vem Sinhazinha
Vem, vem para provar
Vem, vem, vem Sinhazinha
Na barraquinha comprar
Pé de moleque queimado
Cana, aipim, batatinha
Ó quanta coisa gostosa
Para você Sinhazinha.


Mineira de Minas

Sou mineira de Minas,
Mineira de Minas Gerais

Rebola bola você diz que dá que dá
Você diz que dá na bola, na bola você não dá!

Sou carioca da gema,
Carioca da gema do ovo

Rebola bola você diz que dá que dá
Você diz que dá na bola, na bola você não dá!


Na Bahia tem

Na Bahia tem, tem tem tem
Coco de vintém, ô Ia-iá
Na Bahia tem!



Na beira da praia

Na beira da praia
Eu vou, eu quero ver
Na beira da praia,
Só me caso com você

Na beira da praia
Você diz que não, que não,
Você mesmo há de ser

Água tanto deu na pedra,
Que até fez amolecer,
Na beira da praia.


Na loja do mestre André

Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei um pianinho,
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!

Foi na loja do Mestre André

Que eu comprei um violão,
Dão,dão,dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!

Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei uma flautinha,
Flá, flá, flá, uma flautinha
Dão,dão,dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho

Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!

Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei um tamborzinho,
Dum, dum, dum, um tamborzinho
Flá, flá, flá, uma flautinha
Dão, dão, dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!


O cravo brigou com a rosa

O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa, despedaçada

O cravo ficou doente
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.


Meu boi morreu

O meu boi morreu
O que será de mim
Mande buscar outro, oh Morena
Lá no Piauí

O meu boi morreu
O que será da vaca
Pinga com limão, oh Morena
Cura urucubaca.


O meu galinho

Há três noites que eu não durmo, ola lá!
Pois perdi o meu galinho, ola lá!
Coitadinho, ola lá! Pobrezinho, ola lá!
Eu perdi lá no jardim

Ele é branco e amarelo, ola lá!
Tem a crista vermelhinha, ola lá!
Bate as asas, ola lá! Abre o bico, ola lá!
Ele faz qui-ri-qui-qui

Já rodei em Mato Grosso, ola lá!
Amazonas e Pará, ola lá!
Encontrei, ola lá!Meu galinho, ola lá!
No sertão do Ceará!


O pobre cego

Minha Mãe acorde, de tanto dormir
Venha ver o cego, Vida Minha, cantar e pedir
Se ele canta e pede, de-lhe pão e vinho
Mande o pobre cego, Vida Minha, seguir seu caminho
Não quero teu pão, nem também teu vinho
Quero só que a minha vida, Vida Minha, me ensine o caminho
Anda mais Aninha, mais um bocadinho,
Eu sou pobre cego, Vida Minha, não vejo o caminho.



Peixinho do mar

Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi, marinheiro
Foi os peixinhos do mar.


Pezinho

Ai bota aqui
Ai bota aqui o seu pezinho
Seu pezinho bem juntinho com o meu
E depois não vá dizer
Que você se arrependeu!


Pirulito que bate bate

Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu

Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
A menina que eu gostava
Não gostava como eu.


Que é de Valentim

Que é de Valentim ? Valentim Trás Trás
Que é de Valentim ? É um bom rapaz
Que é de Valentim ? Valentim sou eu!
Deixa a moreninha, que esse par é meu!


Roda pião

O Pião entrou na roda, ó pião!
Roda pião, bambeia pião!
Sapateia no terreiro, ó pião!
Mostra a tua figura, ó pião!
Faça uma cortesia, ó pião!
Atira a tua fieira, ó pião!
Entrega o chapéu ao outro, ó pião!


Samba Lelê

Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas dezoito lambadas

Samba, samba, Samba ô Lelê
Pisa na barra da saia ô Lalá
Ó Morena bonita,
Como é que se namora ?

Põe o lencinho no bolso
Deixa a pontinha de fora.


São João da Rão

São João Da Ra Rão
Tem uma gaita-ra-rai-ta
Que quando toca-ra-roca
Bate nela

Todos os anja-ra-ran-jos
Tocam gaita-ra-rai-ta
Tocam gaita-ra-rai-ta
Aqui na terra

Maria tu vais ao baile, tu “leva” o xale
Que vai chover
E depois de madrugada, toda molhada
Tu vais morrer

Maria tu vais “casares”, eu vou te “dares”
Eu vou te “dares” os parabéns
Vou te “dartes” uma prenda
Saia de renda e dois vinténs.



Sapo Jururu

Sapo Jururu na beira do rio
Quando o sapo grita, ó Maninha, diz que está com frio
A mulher do sapo, é quem está la dentro
Fazendo rendinha, ó Maninha, pro seu casamento.


Teresinha de Jesus

Teresinha de Jesus deu uma queda
Foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Teresa deu a mão

Teresinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração

Dá laranja quero um gomo
Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço.


Tutu Marambá

Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar

Durma neném, que a Cuca logo vem
Papai está na roça e Mamãezinha em Belém

Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar.



Vai abóbora

Vai abóbora vai melão de melão vai melancia
Vai jambo sinhá, vai jambo sinhá, vai doce, vai cocadinha
Quem quiser aprender a dançar, vai na casa do Juquinha
Ele pula, ele dança, ele faz requebradinha .


Vamos maninha

Vamos Maninha vamos,
Lá na praia passear
Vamos ver a barca nova que do céu caiu do mar

Nossa Senhora esta dentro,
Os anjinhos a remar
Rema rema remador, que este barco é do Senhor

O barquinho já vai longe
E os anjinhos a remar
Rema rema remador, que este barco é do Senhor (bis).


Você gosta de mim?

Você gosta de mim, ó menina?
Eu também de você, ó menina
Vou pedir a seu pai, ó menina,
Para casar com você, ó menina

Se ele disser que sim, ó menina,
Tratarei dos papéis, ó menina,
Se ele disser que não, ó menina,
Morrerei de paixão.


 

Maria Agripina Neves
Licenciada e Bacharel em História, pós-graduada em Folclore e Cultura Popular.

 


"Há cantigas para todas as idades e situações ... O canto é uma válvula de escape por onde se elimina excesso emocionais armazenados... Canta-se para abafar uma saudade ou aliviar uma paixão ... para expressar uma alegria ou também para vencer o medo."


( Saul Alves Martins)


Introdução


Ao longo da história da humanidade, a música sempre esteve presente. Na antiguidade, foram encontrados registros de instrumentos musicais entre os assírios, babilônicos e hebreus em formas de gravuras nos monumentos e esculturas, além de registros como os salmos e hinos bíblicos. O legado grego foi tão importante, que ainda hoje Euterpe, musa protetora da poesia lírica e da música na Grécia Antiga, continua sendo a protetora dos músicos.
Na Grécia, considerada o berço das artes e da cultura, a música se relacionava com os números, com a ética e com a educação, tanto que a associação entre voz e instrumento tinha como base o alfabeto jônico. A riqueza musical da Grécia nas Idades Antiga e Média, comunha-se entre outros elementos de um conjunto de canções de história de amor e canções ligadas aos rituais tradicionais.
Em relação aos hindus, predominava os cantos sacros, profanos e a raga (uma música com alusão mitológica). Para os hebreus, a música tinha um caráter bíblico e se relacionava aos salmos e hinos.
Entre os romanos, a música não teve muito destaque, pois eram materialistas, só nos fins do perído medieval os romanos adquiriram o gosto pela música, devido as constantes navegações e trocas culturais com outras regiões.
Para os chineses, a música era considerada "Ciência das Ciências" e se baseava na filosofia, cosmologia e religião.
Na Europa medieval, a música predominante se baseava nos cantos litúrgicos e no Canto Gregoriano, além dos trovadores como representantes da música popular.
Na Idade Moderna houve um crescimento das formas musicais, surgiram as óperas, a polifonia, o coral, os oratórios, as sonatas, os concertos e a música de Câmara, além dos cantos religiosos advindos do período anterior.
A Idade Contemporânea vai contemplar o surgimento de diversos ritmos, especialmente a partir da segunda metade do século XIX. No século XX, o aparecimento de novas formas e ritmos musicais é intenso e marcante, principalmente no Brasil, onde encontramos valsa, polca, modinha, samba, baião, marchinhas, forró, bossa nova, axé music, vanerão, xote, carimbó, canções folclóricas e vários outros ritmos importados dos norte americanos e outros continentes, ou seja, há uma infinidade de ritmos brasileiros e, se fizéssemos um passeio geográfico e cultural pelos vários estados, acredito seria difícil listá-los.
Você deve estar se perguntando por onde passou a música folclórica, especialmente a brasileira. Mas, será que temos uma música folclórica estritamente brasileira? Podemos dizer que sim, contudo, por sermos um povo miscigenado, recebemos inflluência de diversos povos, desde a imposição da música religiosa aos indígenas pelos jesuítas, passando pelos ritmos africanos, até chegarmos aos europeus que ao virem para o Brasil, nos fins do século XIX e início do XX, trouxeram sua cultura, suas danças, sua música e, se não a conservaram intactas, aqui a abrasileiraram.
No caso da música, podemos observar que algumas são próprias de determinadas regiões, mas há outras que são cantadas em todo o país, embora com variações na letra e algumas vezes na melodia.



Música popular tradiconal brasileira


O estudo da música folclórica brasileira envolve cantos, festejos, danças, jogos, religiosidade e brincadeiras diversas. Saul Martins, em seu estudo acerca do assunto, aponta o lundu, a tirana e a modinha como primeiras manifestações da música folclórica no Brasil. Sendo a primeira trazida pelos africanos, a segunda pelos espanhóis e a última pelos portugueses.
De acordo com o mesmo autor, são características da música folclórica:
É procedente das camadas mais simples da sociedade. É anônima, espontânea, durável, persistente e, antiga ou tradicional, não está sujeita à moda, é uma herança cultural. É funcional, ou seja, atende a uma necessidade psicológica. É transmitida por via oral, sem muitas técnicas, de forma direta, às vezes com variantes. É tecnicamente simples, com melodias e letras de pequena extensão, portanto de fácil assimilação.
É ainda Saul Martins, quem tenta de certa forma dar uma classificação ao gênero, entre as quais se incluem modinhas, lírico-narrativas, brejeiras, religiosas, satíricas, de oficio, de autos e folguedos, de diversão e de danças.

Antônio Henrique Weitzel, divide a música folclórica em acalantos, cancioneiro Infantil, cantigas de roda, toadas de escolha, toadas de ensino, brincadeiras cantadas, romance, abecês, quadras e desafios. Além dessas, podemos encontrar ainda, os aboios, pregões, emboladas, toadas sertanejas e a moda de viola, sendo as três últimas conhecidas por cantorias.

Além das letras e das melodias, segundo Luiz Martins Abraão e Saul Martins, temos também os instrumentos considerados folclóricos, entre os quais, se incluem a viola, a rebeca e especialmente os instrumentos de origem africana, como o atabaque, o adjá, o bongô e outros.


Canções de ninar


As canções de ninar, fazem parte do gênero lírico-narrativa e são em geral, caracterizadas por melodias suaves e repetitivas, com letras simples e rimadas, advindas dos primeiros habitantes do Brasil.
Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala, nos remete aos tempos coloniais, quando as amas de leite embalavam os filhos de seus senhores com cantigas, que mais serviam para amedrontar as crianças, do que para adormecê-las, visto que, tais cantos apelavam para entidades míticas e bichos aterradores, acentuado ainda pela transformação que as letras sofriam de acordo com a etnia, a região e a crença de quem as entoava. Fato esse abordado também por Antônio H. Weytzel. Como veremos nos versos cantados em Juiz de Fora, assinalando a questão do medo, da segurança e da alimentação:
Algumas letras, não enfocam somente os seres fantásticos e arrepiantes, elas abordam também a alimentação, o trabalho e a segurança imposta pela presença dos pais, como podemos observar nas quadrinhas abaixo:

1- Tutu marambá, não venha mais cá
Que o pai do menino, te manda matá.

2- Nana nenê, que a cuca vem pegá
Papai foi na roça, mamãe volta já.

3- Vem gato preto, de cima do telhado.
Comer esta criança, que não quer dormir calado.

4- João corta lenha, Maria mexe angu.
Tereza vai na horta, buscar o cariru.
Compadre vem jantá. Carne seca com angu.




Em Ouro Preto - MG, ouvimos quando crianças alguns acalantos que nos ficaram na memória, e que ainda hoje se pode ouvi-los, nas casas de algumas famílias, que deixam um pouco as novelas da televisão, para transmitir às crianças um pouco de afeto e segurança.
Acreditamos até, que se as mães se dispusessem a ninarem seus filhos, como antigamente, reduziria a violência em muitos espaços, pois a música, tem o poder de acalmar e enquanto a mãe embala seu filho, com certeza, ele se sente amado e seguro.

1- "Ô tutu do mato
lá do murumbu
Dorme nenê
que mamãe tem que fazê.
Pega essa criança
que tem medo de tutu.

2- Papai corta lenha / mamãe mexe angu.

O padrinho vem de tarde
prá comer com cariru.
Tem roupa pra lavá
e costura pra cozê.
Sai tutu do mato,
sai de cima do telhado
Deixa meu filhinho,
dormir sono sossegado.



Numa outra análise, com músicas folclóricas colhidas de uma informante no estado da Bahia e reunidas no disco 'Brincadeiras de Rodas, Estórias e Canções de Ninar', em 1978. Observamos que as canções de ninar ali cantadas diferem um pouco na letra e na melodia, das recolhidas por Weitzel e por nós nas regiões mineiras. Mas conservam as referências aos monstros, ao trabalho e ao alimento.


Minha mãe mandou-me à venda
Comprar um vintém de pão,
É de noite, está escuro,
Tenho medo do bicho papão.
Xô papão, de cima do telhado,
Deixa esse menino
Dormir sono sossegado. Sussussu,
ó menino, o que é que tem?
Tua mãe foi à fonte, logo vem;
Foi comprar panelinha de vintém
Bacalhau com azeite, logo vem."



Brincadeiras cantadas ou cantigas de diversão


O Brasil possui um variado repertório de cantigas de diversão, em sua maioria oriundo de cânticos latinos de Portugal, França e Espanha. Dentre elas, destacamos cantigas de rodas, canções de bebedeira, alguns jogos e algumas quadras um pouco esquecidas nos fins do século XX, mas bastante conhecidas nos grupos de pessoas de meia idade, visto que muito se brincou de roda, nas noites festivas nas zonas rurais e nas escolas até os anos oitenta do século passado.
Ao referirmos às noites festivas, bastava que se reunisse um grupo de crianças e jovens para logo ouvirmos a entoação de cantigas como: de "Terezinha de Jesus", "Fui na Fonte do Tororó", a "Dança da Carranquinha", "La condessa", e ainda quadrinhas, desafios e canções como:

1- Os escravos de jó, jogavam caxangá

Os escravos de jó, jogavam caxangá
Os escravos de jó, jogavam caxangá
Tira, põe, deixa o zambelê ficar
Guerreiros, com guerreiros, fazem zig, zig, zá.
Guerreiros, com guerreiros fazem zig, zig, zá. Plantei um pé de alface
Plantei um pé de alface, a chuva quebrou um galho, rebola, chuchu, rebola chuchu. Rebola senão eu caio.
Tenho uma linda laranja menina
Tenho uma linda laranja menina, só ela que eu tenho, ela é verde e amarela, vira fulano esquerda janela.

4- Alecrim, alecrim dourado

Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo, sem ser semeado.
Ó meu amor, ó meu amor/ quem te disse assim. Que a flor do campo é o alecrim.
Alecrim, alecrim do campo / por causa de ti, choro o meu pranto.
Ó meu amor ...
Alecrim, alecrim aos molhos, por causa de ti, choram os meus olhos.
Ó meu amor ...
Alecrim, alecrim cheiroso, que se esvoaçou e brotuo de novo.
Ó meu amor ...

5- A dança da Carranquinha

A dança da carranquinha, é uma dança estrangulada, que põe o joelhe em terra, e faz o povo ficar pasmado.
Fulano sacode a saia, fulano coça a cabeça, fulano abre seus braços, fulano me dá um abraço.

6- O cravo brigou com a rosa

O cravo brigou com a rosa,
debaixo de uma sacada,
o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
a rosa foi visitar,
o cravo deu um desmaio
e a rosa pois-se a chorar.

7-Sete e sete são quatorze,
com mais sete vinte e um
tenho sete namorados.
Só posso casar com um.

8- Ó que noite tão bonita
Ó que céu tão estrelado
quem me dera ver agora
meu eterno namorado.


9-Se a perpétua cheirasse,
seria a raainha das flores,
mas como a pérpetua não cheira
não é rainha das flores."

10-Marmelo é fruta gostosa
que dá na ponta da vara
mulher que chora por homem
não tem vergonha na cara.


11-Tim, tim, tim, ola,lá. Tim, tim, tim, ola, lá.
Tim, tim, tim, ola,lá. Tim, tim, tim, ola, lá.
Se não gosta dela de quem gostará.
Ei de te amar, amar, hei de te querer,
hei de te tirar de casa, sem seu pai e sua mãe saber.


12- Você gosta de mim?

Você gosta de mim, ô Maria?
Eu também de você ô Maria.
Vou pedir a teus pais ô maria.
Para casar com você, ô Maria!
Se eles disserem sim ô Maria.
Tratarei dos papéis, ô Maria.
Se eles disserem não ô Maria.
Morrerei de paixão, ô Maria.
Palma, palma, palma, ô Maria.
Pé, pé, pé ô Maria
Roda, roda, roda ô Maria.
E abraçai quem quiser.



Cantigas de Pedintes


As cantigas de pedintes se encontram no gênero de música de ofício, e são cantadas em várias regiões brasileiras. Em algumas regiões podemos ouvi-las nas feiras, nos pontos de ônibus, nas portas de igrejas, principalmente por cegos, em geral a cantoria vem acompanhada de uma viola ou violão. Nos folguedos como as folias de Reis e do Divino, os versos entoados trazem a religiosidade, como linha de frente, daí o fato de serem consideradas cristãs, mas são também consideradas de pedintes ou de mendigar.
As folias de Reis, realizam uma caminhada visitando as casas no período que antecede o Dia de Reis. Compõem-se normalmente de um grupo de tocadores e cantadores, acompanhados de violões, sanfonas, pandeiros, cavaquinhos e outros instrumentos, além dos espias ou bastiões, que vão à frente mascarados e fazendo gracejos, para atrair a população. A cada casa que chegam entoam versos, pedindo esmolas para a festa de Santos Reis.
Com o mesmo objetivo, saem também as folias do Divino, em algumas regiões brasileiras, especialmente no distrito de São Bartolomeu, município de Ouro Preto – MG, entre os versos cantados pelos pedintes, destacamos:




Cantigas de cegos



Meu irmão que vai passando
com saúde e alegria
Ajude um pobre cego
que não vê a luz do dia.



Cantigas de Mendigar



Dê uma esmola ao penitente
Que não pode trabalhar;
Meu irmão, por caridade,
Tenha dó do meu penar,
Tenha dó do meu sofrer,
Nunca vi felicidade,
Meu irmão, por piedade,
Ninguém vive sem comer!




Cantos de Folia de Reis



Ô de casa nobre gente, despertai e ouvireis.
Que da banda do oriente, são chegados os três reis.
A folia vem de longe, ela vei' vos visistar;
Vei' pedir-vos santa esmola,
pra Santo Reis festejar.


Cantos para pedir saúde


Pelas vossas chagas,
Pela vossa cruz,
Livrai-nos da peste,
Senhor Bom Jesus.
Glorioso Mártir
São Sebastião,
Livrai-nos da peste,
São Sebastião.



Cantos de Folia do Divino


Senhor dono da casa, Senhor dono da casa
Viemos em bom destino, viemos em bom destino
E também pedir esmola, e também pedir esmola
Para a festa do Divino. Para a festa do Divino.
O Divino Espírito Santo, O Divino Espírito Santo
Hoje vem vos visitar, hoje vem vos visistar.
E também pedir esmola, e também pedir esmola
Se vocês puderem dar. Se vocês puderem dar.



Cantigas de Trabalho


É consenso popular de que, 'quem canta, seus males espanta', e nada melhor que cantar no trabalho, especialmente quando o trabalho é coletivo. Segundo Luiz M. Abraão, a melodia nos trabalhos coletivos surge espontaneamente, sendo comum, ouvi-las junto às rendeiras do Nordeste, enquanto Zanoni Neves, aborda a cantoria dos remeiros de São Francisco, Aires da Mata Machado Filho, faz referências às cantigas de trabalho na mineração de diamantes, uma cantiga de origem africana, denominada 'vissungo', o autor em questão, assinala que tais cantigas, variavam para cada horário e muitas vezes tinham um sentido religioso, como os 'Pade-Nosso cum Ave-Maria' e os cantos da manhã.



Pai-Nossos


"A! AI! AI! Ai!
Pade-Nosso cum Ave-Maria,
Qui tá Angananzambê-opungo.
Ei! Curietê!
A! AI! AI! Ai!
Pade-Nosso cum Ave-Maria
Qui tá Angananzambê-opungo.
Ei! Dunduriê ê" Canto da manhã
"Purru! Acoêto? Caveia?
Galo já cantou, rê, rê,
Cristo nasceu
Dia 'manheceu
Galo já cantou.


Antônio Henrique Weitzel


Trava - língua é uma modalidade de parlenda ,em prosa ou em verso , caracterizada pela rápida sucessão de palavras de forma ordenadas pela repetição dos mesmos fonemas ou de fonemas vizinhos - ora em seqüência , ora entremeados - que se torna extremamente difícil e ,às vezes, quase impossível pronunciá-lo sem tropeços . Exs.: A aranha arranha o jarro ; o jarro a aranha arranha. O peito do pé do pai do padre Pedro é preto. Paca, tatu; cutia, não .
É uma ''parlenda maldosa '' , como o chamou Campos ( Folclore de Nordeste, 1960 ) , acrescentando que os cantadores de viola , mestres em desafio , não aceitam o trava - língua , que só poderá ser recitado corretamente com um treino antecipado . Esta ,porém , não é a opinião do cantador cearense Jacó Alves Passarinho , o qual , segundo refere Mota ( Cantadores , 1961 ) , falava com entusiasmo das frases de pronunciação embaraçosa e dizia que ''nelas é que se conhece quem tem sustança '' . De fato , exige do cantador uma atenção exagerada , para não ficar atrapalhado na pronúncia das palavras do verso e, assim perder a contenda.
Cascudo (Literatura Oral no Brasil , 1984 ) incluiu o trava - língua nos contos acumulativos , seguindo a classificação de Antti Aarne / Stith Thompson , com o que não concorda Almeida ( Manual de coleta folclórica , 1965 ) , dizendo que os trava-línguas muitas vezes não são estórias , mas jogos de palavras difíceis de serem pronunciadas. São antes brincadeiras .
Para Teixeira (Estudos de folclore , 1949 ) ,este tipo de parlenda, cuja finalidade consiste em pôr no ridículo a pessoa que tente dizê-lo rapidamente , é universal , parecendo ser mais fácil ''destravá-lo '''em português do que em alemão , inglês e outras línguas do grupo saxônico.
Porzig (El mundo maravilloso del lenguaje , 1964 ) explicou a extrema dificuldade , ou mesmo impossibilidade sem sólido treinamento , da pronúncia dessas frases , pelo fato de se estorvarem mutuamente , diante de sua rápida sucessão ,os movimentos articulatórios dos órgãos da fala . E justifica, afirmando ser a imagem sonora produzida pela cooperação de inúmeras músculos , que são excitados por nervos motores , os quais recebem essa excitação do cérebro e a transmitem . Depois de uma excitação ,entretanto , nervos e músculos precisam de certo tempo para retornarem ao estado de equilíbrio , o que não acontecerá , se sobrevier nova excitação , a qual irá perturbar as articulações .
Neste conjunto de palavras, quer caracterizado pela seqüência do fonema consonantal , que pode provocar uma espécie de paralisia lingual (A pipa pinga, o pinto pia . A babá boba bebeu o leite do bebê . O dedo do Dudu é duro .), quer entremeando fonemas consonantais vizinhos ( Tacho sujo, chuchu chocho . A rua de paralelepípedo é toda paralelepipedada. Quem a paca cara compra , cara a paca pagará .) , quer alternando fonemas consonantais com encontros consonantais ( O Pedro pregou um prego na pedra . Porco crespo , toco preto. ), a língua certamente tropeçará, principalmente se a pessoa estiver falando depressa.
Esta curiosa forma verbal lúdica tem dupla função : a) desenvolve habilidades vocais - donde o seu caráter educativo ; b) diverte, pondo em ridículo quantos queiram pronunciá-lo depressa - daí o seu caráter lúdico. Braga ( O Povo Português nos seus Costumes ,Crenças e Tradições, 1986 ) já registrara esta função educativa, ao considerar o trava-língua um fenômeno doméstico de desenvencilhar a língua. Araújo (folclore Nacional , 1964 ) frisa este seu valor educativo , por exercitar a boa pronúncia da criança , desenvolvendo- lhe a perfeita enunciação das palavras. E chega a aconselhar os educadores, os professores a se valerem dos trava-línguas, para a promoção da eulalia dos educandos .
Penteado ( A técnica da comunicação humana , 1972 ) é outro que recomenda os trava-línguas para aperfeiçoar a articulação , a qual se consegue através de penosos exercícios que desenvolvam a musculatura do céu da boca , da língua e dos lábios . Principalmente em se tratando de dislálicos , os quais neles encontrarão a forma agradável e divertida de corrigirem sua pronúncia viciada. Também Melo ( Folclore infantil, 1985 ) reconhece a utilidade pedagógica dos trava-línguas , por incentivarem nas crianças o gosto pela pronúncia correta , mesmo das palavras mais difíceis .
Como instrutivo e gostoso passatempo , sua aceitação é geral , haja vista que as crianças repetidamente se entretêm no seu exercícios , muitos dos quais elas inventam na hora ou lançam mão dos já tradicionais e incorporados ao seu folclore infantil. Até que se treine convenientemente o trava-língua proposto, os embaraços surgidos , as palavras estranhas enunciadas provocam o riso de quantos participam do jogo.
Entretanto não é só uma brincadeira o trava-língua, mas , segundo Schwart (A twister of twists , a tangler of tongues , 1972) , vem sendo empregado para treinar locutores de rádio , testar atores , enfim , ajudar nos problemas da fala e até mesmo para curar soluços (repetir cinco vezes um trava-língua de meio tamanho, prendendo a respiração ).
Todos os trava-línguas são propostos por fórmulas tradicionais, como : ''fale bem depressa ''; ''repita três vezes '' ; ''diga correndo '', e similares. O importante no trava-língua é que ele deve ser repetido de cor , várias vezes seguidas e tão depressa quanto possível . Lido, e devagar, perde a graça e a finalidade .
De meu conhecimento , nenhum folclorista tentou classificar os trava-línguas coletados. Limitaram-se os pesquisadores a relacioná Los indistintamente . Examinando o farto material que pude recolher, proponho a seguinte classificação para os trava-línguas de acordo com a presença dos fonemas consonantais, quer se apresentem isoladas , quer em seguimento imediato ou num encontro consonantal. A sua ordenação será pelo rendimento funcional, isto é, pela maior freqüência computada na frase .
Assim , teremos os trava-língua :
SIMPLES (quando predomina um só fonema consonantal , com o mesmo ponto de articulação ) : Exs . : O Papa papa o papo do pato . Farofa feita com muita farinha fofa faz uma fofoca feia . Norma nina o nenê da Neuza . A chave do chefe Chaves está no chaveiro . O rato roeu a roupa do rei de Roma, e a rainha, de raiva, roeu o resto .
COMPOSTO (quando há mais de um fonema consonantal repetido e variado o ponto de articulação ) : Exs.: Sabia que a mãe do sabiá sabia que sabiá sabia assobiar? Um limão , dois limões , meio limão . É muito socó para um socó só coçar! Papipaquígrafo. Nunca vi um doce tão doce como este doce de batata-doce! O padre pouca capa tem, pouca capa compra . Chega de cheiro de cera suja !
COMPLEXOS (quando se entremeiam fonemas consonantais com encontros consonantais ) : Exs . : É preto o prato do pato preto . Bagre branco ; branco bagre . Um tigre , dois tigres , três tigres. Três tristes tigres trigo comiam .


(Excerto do livro do autor '' FOLCTERAPIAS DA FALA '')